Dou por mim no meio de uma rua.
Pessoas passam por mim.
A sensação é estranha.
Parece que nunca tomei consciência de todo o mundo que existe à minha volta.
Oiço carros, oiço buzinas, oiço gritos, oiço pombas, oiço máquinas, oiço pessoas a falar, oiço passos, oiço o vento.
As pessoas passam, o tempo passa, mas aquela sensação perdura.
Sinto-me parado, ignorado por aquela gente toda, que passa e nem um sorriso esboça.
Fecho os olhos.
Sinto-me prisioneiro de uma intensa bolha que existe à minha volta e que insiste em esconder-me do resto do mundo.
Dou um grito. Por fim, respiro fundo.
Oiço o meu eco, sinto o meu pulsar, grito através da respiração. Sinto-me frustrado com toda esta agitação.
Tenho a sensação de estar só, sinto-me invisível...